Equipe

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ta Relata

09 de Junho de 2010, 3ª feira.
Esperei, mas subi para a sala antes de sua chegada. Uma pena, pois o plano de convocá-lo em espanhol para provar o sabor do xarope de meu pirulito que seria seguido da suavidade dos lábios torturados pelo frio, e vermelhos pelo sol do meio dia que peguei com a intenção de secar o cabelo que foi lavado às pressas para que houvesse maciez a tempo de encontrá-lo.Já na sala, ansiosa para que quando descesse ele já estivesse chego e estivesse ao melhor ângulo possível sentado, ou saindo com o jeito privado de andar com um ar de ‘’ não sou previsível’’.
Misterioso, e maravilhoso! Penso quando ao acabar da aula longa com apenas uma e meia hora, vejo pelo vidro da porta o tão esperado rapaz de 19 anos, cabelos escuros, pele seca e macia como veludo, opaca. O rastro de barba o faz charmoso. OH, perdi-me fazendo as descrições, continuando... Penso “como ele está bonito, espero estar cheirosa!”. Ao perambular pelo corredor após checar o reflexo do meu cabelo no espelho do banheiro, vejo novamente a figura dele que, ainda nos últimos instantes de sua aula de espanhol, parece estar cansado e desejando ir embora para casa. Bravinho, focinho amarrado, sério, mal-encarado, roqueiro, impaciente, cheio de medo de amar!Corajoso, imponente, lindo, inteligente, conquistador sem fazer esforço... ME MAGNETIZA!
Te querendo, mas com medo de você não querer ou de me magoar depois de poucos dias juntos. Juntos?! O que estou pensando? Nem te conheço direito! Que vergonha, ele estava chegando perto. Será que irá me cumprimentar? Gira o pé e parece não vir, por milésimos de segundo, e magnetizando-o ao mesmo tempo consegui que sua mente o fizesse vir até mim! “Ele veio, doce e sem o menor apego disse “oi”, contra saiu o meu singelo “oi” com voz tremula que foi finalizador da minha fala quando ele disse “Tudo bom?”e eu vermelha como pimenta perdi a resposta nas vielas da minha cabeça confusa, encabulada. Correr ou sorrir?!Tarde demais, ele já estava cumprimentando nossa amiga em comum que ao meu lado havia chegado pouco antes dele atravessar a passagem, e no rosto dela já com covinha de riso, o riso que ela iria dar da minha cara avermelhada diante da distância futura que me daria oportunidade para respirar afastada dele e me lembrando do grosso tom que tem sua voz em C suave.Corri com ela para trás dele quando receei perdê-lo de vista. Ele pareceu assustado com a minha reação, e perto do último portão a ser atravessado para sairmos e irmos embora... Percebi seu desconforto! Não agüentei e mudei totalmente de expressão por outros milésimos do dia, números que ao alcançar os segundos fizeram com que o mico de não saber para qual lado olhar fosse executado à frente de todas as pessoas, que formando mais números, só que de contingência no momento militar que tive ao ultrapassar a calçada! Com os pés saindo da guia e encostando-se no asfalto olhei em direção ao rosto dele que com a mesma expressão pareceu desgostar-me, e de rabo de olho em direção à nossa amiga retornei à consciência e caminhei até a perua para pegar a carona rotineira com a mãe dela. E dentro do automóvel ainda me acomodando na parte da frente ao lado direito do passageiro que era a minha amiga apertando com suas nádegas a mão de sua mãe, ouve-se: ai nenê, doeu! E pede desculpas dizendo que foi sem vontade. Para ambas demonstro em palavras afoitas o encantamento descontente de estar admirando, mesmo longe agora, o esplendor do meu querido. Sim, querido! Pois agora o quero com devoção mas após descrevê-lo para a Dona notar quem havia me comovido a ponto de ficar tão vermelha. E veio dele o “pare com esses pensamentos,mocinha! “ que no fundo eu já ouvia meu lado sóbrio falar, com aquele olhar de incômodo que ele apresentara semelhante ao de agora que expressa tais palavras vilãs, envenenaram o açúcar do xarope que restava em minha língua, o que mostrou “É você não teve coragem de beijá-lo à força e prova agora do desapego que poderia ter sido notado mais tarde, ao final do encostar sua pele na dele que imóvel e fria te faria chorar antes de dormir!” , mas, como não houve o esperado e arquitetado plano, esta cena me pareceu menos dolorida e seguindo com o automóvel abandonei o admirar dele e patetizei o que falariam agora ele e a prima que sinistra estava me observando desde então. Como nos filmes, ao virar o rosto estava o irmão do sujeito, que arregalou os olhos e riu quando foi surpreendido pelo grito que eu e minha amiga impulsivamente demos – sendo isso o nome dele e seguido da frase “ vá para escola!”. Dona riu, nós também! E ainda falando abobrinhas à respeito do “ tudo de bom” já estava chegando na rua de casa, onde desci após beijar a face da amiga dizendo “ até amanhã”, para ambas pronunciei “vou sonhar com ele agora!” mesmo estando com os olhos encortinados de pano preto que ele me jogara na face gentil, amável, traiçoeira e agora ritmada, pois calculava cada ruga que na testa poderia mostrar o desprazer de não ter reciprocidade carinhos há pouco pelo querido, muito querido!Traiçoeira, maldição que eu mesma me fiz! Vermelha, agora ele notara tudo! Chore por dentro, sua tola!

Não posso me apaixonar por um olhar novamente...

Thainá M.

2 comentários: